La Femme Chaud (II)

Saíu do quarto para ir passear na vila... bem no centro, um rasgão na rocha da serra deixava fluir um fio de água transparente, fazendo o som ecoar nos seus ouvidos...

Ficou ali durante alguns minutos a contemplar aquela simbiose perfeita entre a Vila e a Serra. Subitamente, um som agudo e repetitivo ressoa pelo ar! Aproximava-se rapidamente... ao fundo da rua, surge a galope um homem fardado de castanho montado num imponente cavalo.

Não esperara por uma imagem daquelas, e, na sua ignorância, nem sabia que ainda havia guardas florestais a patrulhar a cavalo!

O Guarda reduziu a velocidade para um trote ritmado e ao passar junto á vistosa turista retirou o chapéu e atirou-lhe um "Boa Tarde" numa voz doce mas segura.

Notou os olhos verdes profundos e o cabelo preto mas com laivos de grisalho devia ter cerca de 36 ou 37 anos e exalava um charme que só um homem de farda consegue perpassar!

Retribuiu a saudação e viu-o seguir até ao estábulo nas traseiras da pequena esquadra.

As horas foram passando mas não lhe saía da cabeça a imagem daquele guarda...

Findo o jantar decidiu sair. tinha visto ali perto um bar e pareceu-lhe ser boa ideia ir ouvir alguma musica.

Entrou... dirigiu-se a uma mesa ao fundo do bar que estava desocupada e pediu um Porto Tónico.

Olhava distraidamente para um pintura na parede quando ouve uma voz familiar:

-Boa noite... - o guarda, já sem a farda, num look muito mais desportivo...

-Boa noite... gostava mais de o ver fardado! - atirou, numa voz com uma certa desilusão.

-É essa a condição para lhe poder pagar uma bebida?! - num flirt evidente.

-A bebida está paga, mas aceito a companhia. - nunca fora mulher de se deixar comprar por uma bebida, aliás sempre adorou ter tudo sob o seu controlo...